PROFESSOR: PROFISSÃO DO FUTURO


PROFESSOR: PROFISSÃO DO FUTURO
“A longa jornada se inicia no primeiro passo.”

(dito popular)



"Deus te abençoe, filhinho, vai pra escola, seja educado e respeitador, honra teu mestre." Mestre? Onde é que tem um mestre no Brasil pra que eu lhe beije as mãos? (...). Não quero dar aulas, ó meu Deus, me livra desta aflição, me deixa dormir, me deixa em paz, aula de nada, (...) eu não quero dar. Falo e me aflijo porque sei que não tem outro caminho senão começar de baixo, de trás, do fim da história, quando Deus pega Adão e lhe mostra as coisas, lhe deixa dar nome às coisas, lhe deixa, deixa, ruminando seu espanto, sua alegria, sua primeira palavra... Ó senhor presidente, ó senhor ministro, escuta: o menino foi à aula e escreveu à sua mãe: estou desesperado. Escuta quem tenha ouvidos: os meninos do Brasil fenecem entre retórica, montanhas de papel e medo.”.

O escrito acima é de Adélia Prado no seu livro: "Solte os cachorros"(1979). Que bem se aplica ao fato de que a educação se transformou num produto de uma indústria de bens de consumo, voltada para os interesses da economia de mercado, obrigando os consumidores/alunos a se submeterem a utilização de métodos de ensino e princípios descartáveis, sem respeitar a individualidade e a diversidade entre pessoas, além de não levar em conta as características individuais dos alunos, sequer busca condições de aprofundar o conhecimento propriamente dito.

No ano de 2000 sobre pressão de parte da população, foi criado o Plano Nacional de Educação – PNE, cujo objetivo, obrigar que o Brasil disponibiliza-se 10% do seu PIB anualmente até 2010 para melhorias na educação. Mas o sociólogo, professor da Sorbonne, escritor, educador: FHC simplesmente vetou os 10% do PIB. Mais uma vez o que vimos foi o futuro do país ser engavetado. Não é necessário ser pedagogo ou profissional da educação para entender que grande parte das ações voltadas à educação no Brasil, está na contramão da história. Em muitos países de primeiro mundo a educação é prioridade, porque através dela é que se formam cidadãos críticos e exigentes perante o governo de sua pátria. A educação é o melhor investimento para tirar o país do atraso em que se encontra. Os políticos e governantes brasileiros deveriam ter a consciência de que só através da educação de melhor qualidade alcançaremos progresso cultural, social e econômico. (Site da UNESCO: www.brasilia.unesco.org, Site do MEC: www.mec.gov.br).

Segundo a UNESCO o descaso com a educação no Brasil está à mostra para todo o mundo ver. Levando-se em consideração 45 países, cujos índices de repetência são superiores a 10%, o Brasil, com taxa de 21% está entre 15 países, a maioria da África e do Caribe. O MEC, órgão federal responsável pela educação, divulga que os prejuízos financeiros que essa “educação” está trazendo, com a atual taxa de repetência de 24% no ensino fundamental. O Brasil leia-se: “NÓS”, temos que desembolsar R$ 7 bilhões por ano para cobrir o descaso com o futuro da nação.

A educação em nosso país necessita de uma perspectiva que seja tão realista quanto o momento em que vivemos, de políticas que sejam duradouras, com garantia de que teremos investimentos e propostas sérias e relevantes na área educacional, para que possamos em um futuro breve viver uma realidade que levem o Brasil a uma condição político-social menos excludente. Há necessidade de que os conceitos de educação sejam acompanhados de ações na prática.


Para que estas ações se tornem realidade, devemos estimular os estudantes a desenvolverem o pensamento crítico e o raciocínio lógico. Criemos condições dos alunos se perceberem como agentes transformadores, sob pena de num futuro não muito distante ver seu próprio país transformar-se em campeão mundial de analfabetos funcionais. Título que não engrandece nenhuma nação, pelo contrário.

Refletindo a respeito da educação praticada no Brasil, e aquela que nós gostaríamos que realmente estivesse sendo praticada, vem à mente uma resposta ouvida há tempos, de um pai a uma pergunta do seu filho: A profissão do futuro – meu filho – é tão antiga e tão atual. A profissão do futuro é professor!

Autor: CARMO M. Jonathas, estudante do 1º semestre – 2009.2 de Pedagogia das Faculdades Integradas Ipitanga – UNIBAHIA. Setembro de 2009.

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